Daniel se
apoiou sobre o rastelo, e ficou olhando para o montão de folhas secas que havia
sobre a grama.
“Junte
tudo, depois tire as folhas da grama e
ponha fogo nelas”, havia mandado o pai àquela manhã.
Tirar o
lixo era muito trabalho. Por que não podia queimar as folhas ali mesmo? “A
grama está bem verde aqui, e não tem vento”, pensou Daniel, “deve ser
perfeitamente seguro queimar as folhas aqui”. Além disso, havia uma caixa de
fósforos no bolso de sua jaqueta, que ele tinha deixado ali depois de acampar
com os Desbravadores.
Ele riscou um fósforo e colocou dentro do
monte de folhas, mas não aconteceu nada. Acendeu um outro palito de fósforo e
cuidadosamente protegeu a chama com sua mão, enquanto se inclinava para pegar
um punhado de grama seca. Novamente o fósforo se apagou.
Então,
Daniel se lembrou da lata de combustível que estava no barracão. Lembrou que
muitas vezes o pai o usava para começar um fogo. Por alguma razão, ele não
achava ser muito correto pegar o óleo. Pensou que seu pai também não gostaria
que fizesse aquilo, mas se lembrou da ordem do pai para limpar e queimar as
folhas, e esta era uma maneira mais fácil. Além disso, o papai ficaria admirado
quando visse que trabalho perfeito ele havia feito.
A lata com
o combustível estava exatamente no lugar que ele imaginava. Daniel correu de
volta, com a lata em sua mão. Derramou uma quantidade generosa sobre a grama e
sobre as folhas. Depois riscou um novo palito de fósforo e colocou em cima do
monte de folhas.
As chamas
ascenderam e como que lamberam a grama, as folhas e outro lixo que havia.
Daniel juntou mais alguns galhos secos do pomar, que o pai havia amontoado
perto da cerca, depois de ter podado as árvores. Daniel pensou que o pai
ficaria muito contente ao ver que ele havia limpado o pomar também.
Quando
Daniel começou a voltar para onde estava o fogo, quase, não podia acreditar no que viu. Uma corrente de vento
soprou de repente sobre a pilha que estava queimando e uma faísca de fogo caiu
sobre o pasto.
Daniel
jogou o rastelo e correu para onde o capim estava queimando. Tentou apagar o
fogo, e quando parecia que tudo estava sob controle, uma rajada de vento fez
reviver as chamas. Elas começaram a alcançar os galhos secos mais altos que havia por perto. Atrás do
pasto irrigado, havia um outro campo que não era usado por algum tempo, e
estava cheio de arbustos muito seco.
Se o fogo
conseguisse alcançar aqueles arbustos secos, estaria fora de controle. A casa
do vizinho, do outro lado da estrada, e as construções da fazenda, poderiam ser
muito danificadas. Daniel sabia que o fazendeiro e sua família estavam
ausentes. Não havia ninguém para ajudá-lo a acabar com o fogo.
Se ele
pudesse fazer uma trincheira, talvez pudesse controlar e fazer com que o fogo
parasse. Correu para o outro lado e começou a alimentar a chama. O fogo estava
cada vez mais perto da trincheira de terra que havia feito.
“Somente
Deus pode me ajudar”, ele disse em voz alta. “Por que não tirei para fora o
lixo, ao invés de queimar sobre a grama?” Então começou a orar e trabalhar mais
do que nunca.
Subitamente ele parou de cavar e enxugou o suor de sua testa. Como!
Parecia que alguma coisa está empurrando o fogo de volta!
“O vento mudou de direção!” Gritou Daniel.
“Obrigado, meu Deus, por me ajudar mesmo quando eu não merecia. Muito obrigado
por salvar a casa de meu vizinho”.
As chamas
foram enfraquecendo ao redor da parte já queimada e finalmente se apagaram. Não
ficou nada sem queimar depois que o vento mandou as chamas de volta.
Oito
minutos não é um tempo muito grande, mas foi tempo suficiente. Foi suficiente
para o fogo parar e apagar-se completamente, e para Daniel compreender como
Deus tinha sido bondoso para com ele, mesmo quando havia sido descuidado.
Novamente Daniel olhou para a casa do vizinho
e para as construções da fazenda. Depois, colocando as ferramentas no ombro,
andou por sobre o campo queimado observando bem para ver se não havia vestígio
de fogo. E uma vez após outra agradecia a Deus por ter respondido a sua oração.
Quando chegou em casa disse suavemente: “E pensar que Deus fez tudo em oito
minutos!”.
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