Crianças
Vítimas de Agressão
A violência contra a
criança é algo terrível que acontece na vizinhança, no Brasil e no mundo todo.
O que significa esta agressão? Como entender as razões para isto? É tempo de
refletir sobre este assunto.
Esta agressão contra
as crianças tem várias faces: física, moral, psicológica, social, econômica, e
também espiritual. Esta agressão, ao contrário do que muitos dizem, não atinge
apenas as classes mais baixas da sociedade, pelo contrário, ela está presente
em todas as camadas sociais.
Tipos de agressão
O tema da agressão
contra as crianças não é novo. Ao longo de toda a história da humanidade o que
se observa é o desrespeito para com as crianças, a falta de valorização e o
fato das crianças serem vítimas:
·
De agressões corporais severas.
·
De exploração de sua mão de obra barata em trabalhos forçados.
·
De abusos sexuais (violação, incesto, sodomia, conduta
libidinosa ou lasciva, a qual inclui maneiras erradas de falar ou tocar).
·
De abusos verbais (gritar excessivamente, censurar severamente,
ridicularizar e atacar verbal e intencionalmente a criança).
Infância Bendita –
Criança Maldita
Há uma tendência de se
olhar para a infância de uma maneira “romântica”, cheia de poesia. Quem não se
lembra dos versos: “Oh! Que saudades que eu tenho, da aurora da minha vida, da
minha infância querida, que os anos não trazem mais...”
A infância, que é
explorada pela mídia em seus comerciais, também é muito “bonitinha”, alegre,
legal e divertida. Mas, e a criança individualmente. Será que ao chegar a fase
adulta tem mesmo saudades ou gostaria de nunca ter vivido naquele ambiente de
horror?
Uma criança no inferno
A Editora Prestígio
Editorial publicou em 2006 o livro “Uma criança no Inferno – quando a violência
está onde não deveria” de Dave Pelzer. Este livro é o relato de um dos casos
mais graves de violência contra uma criança. É a história de Dave Pelzer,
brutalmente espancado e maltratado por sua mãe, emocionalmente desequilibrada e
alcoólatra, que inventava jogos torturantes que quase mataram seu filho. Dave
teve de aprender a lidar com isso para sobreviver, pois, para sua mãe, ele
deixara de ser um menino e passara a ser um “nada”. Dave não tinha ninguém a
quem recorrer, mas seus sonhos de que alguém o amaria como filho mantiveram-no
vivo.
Este livro precisa ser
lido urgentemente, pois os casos de maus tratos contra a criança no Brasil são
assustadores. A maioria dos pais que abusam dos seus filhos têm em comum o fato
de também terem sido molestados e agredidos pelos seus pais. A violência contra
a criança nos lares é muito grande. Os que estão próximos reagem ficando em
silêncio e não denunciam a agressão.
O complô do silêncio
O Dr. Jefferson
Drezett, médico do Hospital Pérola Byngton, em São Paulo, ao falar no VII
Encontro Anual da Rede Nossas Crianças, da Fundação Abrinq, disse que o
Hospital atende em média, por dia, de 10 a 12 pessoas, totalizando por volta de
12 mil em um ano.
Em sua maioria são
crianças, às vezes bebes, adolescentes e jovens que sofrem violências dentro de
suas próprias casas, como afogamento, espancamento, envenenamento,
encarceramento, queimadura e abuso sexual praticadas por pessoas do núcleo
familiar ou muito próximas a ele, como pais, padrastos, tios e companheiros.
As estatísticas
apontam para cerca de 12 milhões de crianças, adolescentes e adultas, na sua
grande maioria mulheres, que são vítimas de abusos por ano, no mundo. Só no
Estado de São Paulo, são registrados anualmente 42 mil estupros.
A maioria dos casos
não ocorre sob imposição de força bruta, mas mediante coerção ou grave ameaça.
As conseqüências são dolorosas, tanto do ponto de vista dos traumatismos
físicos, como das ocorrências de doenças sexualmente transmissíveis, como dos
traumas psicológicos decorrentes dos traumas sofridos.
Lamentavelmente, mesmo
sabendo e notando que uma criança está sofrendo, as pessoas ao redor permanecem
em total silêncio e não denunciam a agressão. Este é um grave problema.
“Se deixarmos de
fazer o que precisamos para proteger a criança e o adolescente, que diferença
teremos daqueles que as violentam?” (Jefferson Drezett).
A tragédia da
violência
Segundo o Ministério
da Saúde, a violência é a segunda principal causa de mortalidade no Brasil.
Quando em todo o mundo se comemora, no dia 04 de junho, o Dia Internacional das
Crianças Vítimas de Agressão os dados a seguir são desafiadores e refletem a
situação sócio-econômica com o alto índice de desemprego e a má distribuição de
renda:
·
Pobreza – Mais de um bilhão de pessoas no mundo vivem com menos de um
dólar por dia. Outros 2.7 bilhões lutam para sobreviver com menos de dois
dólares por dia.
·
Doença – Todos os anos, 11 milhões de crianças, a maioria com menos de
cinco anos morrem devido a doenças como a malária, a diarréia e a pneumonia.
Todos os dias a AIDS mata 6 mil pessoas e infecta outras 8.200. A cada 30
segundos, uma criança africana morre por causa da malária, o que significa mais
de 1 milhão de crianças mortas por ano.
·
Fome – Mais de 800 milhões de pessoas vão se deitar todas as noites
com fome; dentre elas, 300 milhões são crianças. Todos os anos, 6 milhões de
crianças morrem de má nutrição. A cada 3,6 segundos, uma pessoa morre de fome;
em sua grande maioria crianças com menos de cinco anos.
·
Água – Mais de 2.6 bilhões de pessoas, o que representa 40% da
população mundial, carecem de saneamento básico e mais de 1 bilhão usa fontes
de água impróprias para o consumo. Quatro em cada dez pessoas no mundo carecem
de acesso a uma simples latrina.
·
Trabalho infantil – Cerca de 2.2 milhões de crianças brasileiras, entre 5 e 14
anos de idade trabalha no setor agrícola. Na Ásia, a situação é grave, pois 61%
das crianças trabalham. Na África, em cada cinco crianças, duas trabalham.
·
Estatística Cruel – Dados da Sociedade Internacional de Prevenção ao Abuso e
Negligência na Infância apontam que 12% das 55.6 milhões de crianças
brasileiras menores de 14 anos são vítimas, anualmente, de alguma forma de
violência. Por ano, são 6.6 milhões de crianças agredidas, o que corresponde à
média de 18 mil crianças atacadas por dia, 750 por hora ou 12 crianças
agredidas por minuto. Enquanto você está lendo este artigo há muitas crianças
sendo agredidas, talvez até bem pertinho de você.
O que fazer?
“Fale a favor daqueles que não podem se defender. Proteja
os direitos de todos os desamparados. Fale por eles e seja um juiz justo.
Proteja os direitos dos pobres e dos necessitados” (Provérbios 31:8,9),
A reflexão sobre a
violência contra a criança e o adolescente que se encaixa, basicamente, em quatro categorias:
abusos físicos, abusos sexuais, abusos psicológicos e negligências, exigem que se leve a
sério e que se obedeça ao conselho que está registrado no texto bíblico acima.
As crianças estão
indefesas, desamparadas e necessitadas. É urgente falar a favor delas. Proteger
os seus direitos. Zelar pelas crianças não é uma tarefa exclusiva dos pais, mas
também dos parentes, da comunidade, dos profissionais de saúde, dos líderes
eclesiásticos, dos educadores, dos governantes, enfim, da sociedade como um todo.
Para dar suporte ao
pleno desenvolvimento da criança e estimular as políticas de proteção ao menor,
a Organização das Nações Unidas (ONU), divulgou em 1959 a Declaração dos
Direitos da Criança, que tem sido referendada por muitos países, inclusive pelo
Brasil, a saber:
Você conhece quais são
estes direitos?
Declaração dos
direitos da Criança
1. As crianças devem ser
protegidas, para se desenvolverem num lugar onde tenham liberdade e respeito.
2. Toda criança tem o
direito de ter um nome e de pertencer a um país.
3. Toda criança tem
direito a uma boa alimentação, moradia, diversão e assistência médica.
4. As crianças com
problemas físicos, mentais ou sociais devem receber cuidados especiais.
5. As crianças precisam
de amor e compreensão. Por isso devem ficar com os pais ou num lugar em que
recebam carinho e segurança. A sociedade ou autoridade pública tem o dever de
ajudar as crianças sem família e as famílias pobres.
6. Toda criança tem o
direito de receber educação, que deverá ser gratuita e obrigatória. Na escola,
as oportunidades devem ser iguais para todas. As crianças devem ter todas as
oportunidades de brincar, se divertir e ser importantes para a sociedade.
7. As crianças devem ser
os primeiros a receber socorros.
8. As crianças devem ser
protegidas contra o abandono, a crueldade e a exploração. Não se deve em caso
algum permitir que elas tenham uma ocupação que prejudique sua saúde ou seu
desenvolvimento físico, mental ou moral.
9. Nenhuma criança pode
ser menosprezada por sua raça, cor, religião, etc.
10.
A Criança deve ser educada em ambiente de compreensão, amizade e
paz, para que
ofereça sua energia e seu talento a serviço de seus semelhantes.
ofereça sua energia e seu talento a serviço de seus semelhantes.
Como tudo seria
diferente se esses direitos fossem respeitados e cumpridos pelos pais,
responsáveis, autoridades públicas e, enfim, por todos os responsáveis pela
formação da criança. A violência e as agressões não existiriam e muito menos
seriam classificadas por categorias.
A situação das
crianças em nossa pátria nos sensibiliza. Que fazer? Como ajudar? A solução
estaria nas resoluções políticas? Na boa vontade da sociedade? O fato que
precisamos encarar com seriedade é que todas as injustiças, avarezas, loucuras,
demandas, adultérios, corrupções, enganos, homicídios, etc., procedem de dentro
do homem. Veja com atenção as palavras de Jesus em Marcos 7:21-23.
O Problema do Pecado
Sociedades corrompidas
e apodrecidas já floresceram e desapareceram, como as da época de Noé, de Ló,
do império grego, romano, etc. A sociedade de nossos dias, infelizmente, se
tornou tão degradante como a daquelas e as injustiças sociais são tantas, que é
impossível não reconhecê-las.
Numa época como esta é
necessário reconhecer também a gritante necessidade espiritual dos homens,
inclusive das crianças e dos adolescentes.
Se a criança tiver bons pais, boa cama, boa alimentação, boa
escola, e tudo estiver bem, ainda assim será infeliz e com um vazio dentro de
si. Realização completa e vida real, sem medo, com amor e com esperança, só são
possíveis através de Jesus Cristo. Vida eterna e abundante, com plena
satisfação, só em Cristo!
Temos de ganhar as crianças para Jesus Cristo o quanto antes e
dar-lhes condições de crescerem na graça e no conhecimento do Salvador.
O problema do pecado só pode ser resolvido pela eficácia que há
no sangue do Cordeiro. Anunciemos o evangelho às crianças: “Cristo morreu
pelos nossos pecados, como está escrito nas Escrituras Sagradas; ele foi
sepultado e, no terceiro dia. foi ressuscitado, como está escrito nas
Escrituras” (1 Coríntios 15:3 e 4). Alcancemos as crianças com a genuína
Palavra de Deus.
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