Em certa localidade veio um menininho
alegrar o lar humilde de um pobre casal. Chamaram-no Joãozinho.
Sendo
Joãozinho ainda pequenino, penetrou a enfermidade em sua pequena família. Não
havia médicos por ali perto, que fossem ajudar a seu pai enfermo, e assim não
tardou a que ele morresse. Pouco mais tarde sua mãe também veio a falecer,
ficando Joãozinho completamente só.
Embora seu tio tomasse conta dele, o pequeno se sentia muito triste e
solitário sem o papai e a mamãe. Tinha as roupas sujas e rotas.
Não tardou
a que Joãozinho sentisse que não era de ninguém. Começou a vagar em companhia
de alguns meninos maus, e ele próprio se tornou mau. Às vezes um menino órfão
aprende muitas coisas más de outras crianças na rua. Nós, que temos um bom
papai e uma boa mamãe, devemos cada dia dar graças a Jesus por isso.
Depois de
algum tempo seu tio se mudou para a povoação, ficando vizinho de um de nossos
missionários. Também aí Joãozinho fez amizade com meninos maus. Uns homens
ruins ouviram falar nele, e uma vez resolveram servir-se dele para maus fins.
Eram ladrões que tiravam aos outros o que lhes pertencia.
Um dia
muito frio esses maus homens quiseram roubar na casa do missionário. Falaram
com Joãozinho a esse respeito. Disseram-lhe que ele devia rondar a casa, e ver
onde guardavam as chaves, de modo que ele pudesse roubar uma. Devia também ver
quando os missionários saíam de casa. Prometeram dar-lhe uma boa parte do que
roubassem. Joãozinho concordou em fazer esse feio papel.
À noite
estava fria, e Joãozinho estava pobremente vestido enquanto se dirigia para a
casa do missionário. Tremendo de frio, parou debaixo da janela, olhando para
dentro, a ver o que a família estava fazendo. Ao ver o missionário dirigir-se
para a porta da frente, procurou esconder-se;
mas ele o viu. Falando-lhe amavelmente, disse: “Pequenino, deves estar
com frio. Entra comigo e aquece-te”. O menino entrou em casa, pensando que
agora tinha melhor ensejo que nunca de conhecer o arranjo de tudo por dentro, e
saber onde se guardavam as coisas de valor.
A esposa
do missionário sentiu compaixão pelo pequeno sujo e esfarrapado. Preparou-lhe
um banho quente e deu-lhe roupa limpa e trouxe-lhe também uma ceia quentinha.
Joãozinho não podia compreender essa bondade tão grande. Ao terminar a
refeição, a família missionária reuniu-se na sala para o culto vespertino. O
dono da casa disse:
- Agora
repitamos juntos S. João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu
o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que N’Ele crê não pereça, mas tenha
a vida eterna”. Joãozinho escutava. Seu coração se enternecia enquanto repetia
as belas palavras de S. João 3:16 uma e mais vezes, mas não podia recordar
todas as palavras. Depois do culto, o missionário perguntou a Joãozinho se
queria fazer um recado para eles. Ele respondeu: Sim, senhor.
- E
deitou a correr pela rua em que os homens maus o estavam esperando. Agora eles
viram um menino limpo e bem vestidinho. Estava todo mudado. Os ladrões
pediram-lhe informações acerca da casa
do missionário, mas o menino negou-se a falar. Foi ameaçado, e depois açoitado
até que o deixaram quase morto.
Ao ser
encontrado na rua, Joãozinho estava inconsciente. Tinha as roupas sujas, e as
feridas a sangrar. Vocês se lembram da história do bom samaritano, que
encontrou no caminho o pobre homem espancado pelos ladrões. Pessoas de bom
coração recolheram o menino inconsciente e ensangüentado, e levaram-no ao
hospital. Durante toda a longa noite ele delirava e dizia:
- Deixem-me em paz; já não sou aquele
menino mau. Sou João 3:16. Repetidamente
o ouviam as enfermeiras dizer: “Sou João 3:16”. Elas não podiam entender o que
ele queria dizer com isso.
Mais
tarde, quando Joãozinho começou a melhorar, explicou como pensara em ajudar os
ladrões; como havia parado, sujo, faminto e friorento, sob a janela do
missionário. Como este o levara para sua cômoda morada, lhe dera um banho
quente, roupas limpas e uma boa ceia quente, e João 3:16. Então, o menino
disse: “Se João 3:16 pôde fazer tudo isto por mim, mostrando-me tanto amor e
bondade, então também eu quero ser um João 3:16. Quero ser o filho de alguém”.
Esta
noite, querido amiguinho leitor, quando te ajoelhares para orar a Jesus, pense
nos menininhos que não tem papai nem mamãe que os amem, nem um lar em que
viver. Diz-Lhe: “Jesus: Bendize aos órfãozinhos e ajuda-os a encontrar bons
lares. Dou-te graças por meus pais e tudo quanto tenho e por Ti, querido Jesus.
Amém”.
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