sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

QUERO SER O FILHO DE ALGUÉM




    Em certa localidade veio um menininho alegrar o lar humilde de um pobre casal. Chamaram-no Joãozinho.
    Sendo Joãozinho ainda pequenino, penetrou a enfermidade em sua pequena família. Não havia médicos por ali perto, que fossem ajudar a seu pai enfermo, e assim não tardou a que ele morresse. Pouco mais tarde sua mãe também veio a falecer, ficando Joãozinho completamente só.  Embora seu tio tomasse conta dele, o pequeno se sentia muito triste e solitário sem o papai e a mamãe. Tinha as roupas sujas e rotas.
    Não tardou a que Joãozinho sentisse que não era de ninguém. Começou a vagar em companhia de alguns meninos maus, e ele próprio se tornou mau. Às vezes um menino órfão aprende muitas coisas más de outras crianças na rua. Nós, que temos um bom papai e uma boa mamãe, devemos cada dia dar graças a Jesus por isso.
    Depois de algum tempo seu tio se mudou para a povoação, ficando vizinho de um de nossos missionários. Também aí Joãozinho fez amizade com meninos maus. Uns homens ruins ouviram falar nele, e uma vez resolveram servir-se dele para maus fins. Eram ladrões que tiravam aos outros o que lhes pertencia.
    Um dia muito frio esses maus homens quiseram roubar na casa do missionário. Falaram com Joãozinho a esse respeito. Disseram-lhe que ele devia rondar a casa, e ver onde guardavam as chaves, de modo que ele pudesse roubar uma. Devia também ver quando os missionários saíam de casa. Prometeram dar-lhe uma boa parte do que roubassem. Joãozinho concordou em fazer esse feio papel.
     À noite estava fria, e Joãozinho estava pobremente vestido enquanto se dirigia para a casa do missionário. Tremendo de frio, parou debaixo da janela, olhando para dentro, a ver o que a família estava fazendo. Ao ver o missionário dirigir-se para a porta da frente, procurou esconder-se;  mas ele o viu. Falando-lhe amavelmente, disse: “Pequenino, deves estar com frio. Entra comigo e aquece-te”. O menino entrou em casa, pensando que agora tinha melhor ensejo que nunca de conhecer o arranjo de tudo por dentro, e saber onde se guardavam as coisas de valor.
    A esposa do missionário sentiu compaixão pelo pequeno sujo e esfarrapado. Preparou-lhe um banho quente e deu-lhe roupa limpa e trouxe-lhe também uma ceia quentinha. Joãozinho não podia compreender essa bondade tão grande. Ao terminar a refeição, a família missionária reuniu-se na sala para o culto vespertino. O dono da casa disse:
    - Agora repitamos juntos S. João 3:16: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o Seu Filho unigênito, para que todo aquele que N’Ele crê não pereça, mas tenha a vida eterna”. Joãozinho escutava. Seu coração se enternecia enquanto repetia as belas palavras de S. João 3:16 uma e mais vezes, mas não podia recordar todas as palavras. Depois do culto, o missionário perguntou a Joãozinho se queria fazer um recado para eles. Ele respondeu: Sim, senhor.
     - E deitou a correr pela rua em que os homens maus o estavam esperando. Agora eles viram um menino limpo e bem vestidinho. Estava todo mudado. Os ladrões pediram-lhe informações acerca da  casa do missionário, mas o menino negou-se a falar. Foi ameaçado, e depois açoitado até que o deixaram quase morto.
    Ao ser encontrado na rua, Joãozinho estava inconsciente. Tinha as roupas sujas, e as feridas a sangrar. Vocês se lembram da história do bom samaritano, que encontrou no caminho o pobre homem espancado pelos ladrões. Pessoas de bom coração recolheram o menino inconsciente e ensangüentado, e levaram-no ao hospital. Durante toda a longa noite ele delirava e dizia:
    - Deixem-me em paz; já não sou aquele menino mau. Sou  João 3:16. Repetidamente o ouviam as enfermeiras dizer: “Sou João 3:16”. Elas não podiam entender o que ele queria dizer com isso.
    Mais tarde, quando Joãozinho começou a melhorar, explicou como pensara em ajudar os ladrões; como havia parado, sujo, faminto e friorento, sob a janela do missionário. Como este o levara para sua cômoda morada, lhe dera um banho quente, roupas limpas e uma boa ceia quente, e João 3:16. Então, o menino disse: “Se João 3:16 pôde fazer tudo isto por mim, mostrando-me tanto amor e bondade, então também eu quero ser um João 3:16. Quero ser o filho de alguém”.
    Esta noite, querido amiguinho leitor, quando te ajoelhares para orar a Jesus, pense nos menininhos que não tem papai nem mamãe que os amem, nem um lar em que viver. Diz-Lhe: “Jesus: Bendize aos órfãozinhos e ajuda-os a encontrar bons lares. Dou-te graças por meus pais e tudo quanto tenho e por Ti, querido Jesus. Amém”.


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