Tupí era
apenas um cãozinho sem lar, sem ninguém que dele cuidasse. Passava maus
bocados, e recebia muitos pontapés e pancadas de meninos maus que se compraziam
em maltratá-lo. Encontrou certo dia um menininho que se mostrou bondoso para
com ele, e acompanhou à casa o pequeno Roberto. Pediu com tanta insistência que
o deixassem entrar, que a mãe do menino disse: “Sim, Roberto, dê-lhe um bom
jantar”.
Tupí
portou-se tão bem, e Roberto estava tão ansioso por tê-lo em casa, que lhe foi
permitido ficar. A família toda o apreciava; mas Mimosa, a gatinha, não queria
acamaradar-se com ele, a princípio. Arranhava-o e cuspia-lhe cada vez que dela
se aproximava. Mas, no decorrer do tempo, Mimosa começou também a gostar dele,
e tornaram-se bons amigos.
Tupí
tornara-se útil de várias maneiras. Guardava a casa, afastava do jardim os
pintinhos, levava a cesta à venda e trazia as coisas de que sua dona
necessitava. Fez-se muito amigo de Roberto, acompanhava-o e brincava com ele.
Uma noite
incendiou-se a casa e, si não fosse a ação imediata de Tupí, teria sido
destruída e os habitantes devorados pelas chamas. Tupí correu para a cama de
Roberto, agarrou a colcha, latiu e fez tanto barulho, que Roberto acordou a tempo de chamar o pai antes que o
fogo tivesse causado muito dano. Embora somente um cachorro, Tupí era fiel e
fazia o que podia para demonstrar sua gratidão para com o bom lar que o
acolhera.
Os cães
têm grande amor a seus donos, e geralmente os servem com a maior fidelidade. Há
muitas espécies de cães: dogue, buldogue, Terra-Nova, São Bernardo, mastim, cão
dágua e outros. Alguns são ferozes e cruéis, e outros amáveis e nobres. Os cães
de São Bernardo têm ido a montanhas cobertas de neve, à procura de viajantes
que se extraviaram. Têm salvo a muitos, conduzindo-os ao lar dos que os
enviaram em sua missão de misericórdia.
Como vêem,
queridas crianças, até os mudos animais se sentem gratos pela bondade com que
são tratados. Alguns cães são muito fiéis como guardas de ovelhas. Vigiam-nas
para não se desgarrarem do rebanho.
Pode-se ensinar muitas coisas aos cães.
Atendem ao que se lhes diz muito melhor que alguns meninos e meninas. Espero
que todos os meus leitores obedeçam prontamente aos pais. Algumas crianças
dizem: “Sim, mamãe, já vou”, mas, a não ser que sejam mandadas outra vez, esquecem-se do que lhes
foi dito. Isso não é direito. Façam sempre o que lhes for mandado, o mais
depressa que puderem. Aprendam a obedecer imediatamente.
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