“Deus é Espírito, e importa que os que o adoram o adorem em espírito e
em verdade” (João 4:24).
Às vezes penso como seria Judas. Qual a
sua aparência, como agia, quem eram seus amigos?
Acho que pintei na minha mente um retrato
dele. Sempre o imaginei como um homem magro, de olhos redondos e negros,
astucioso, vil; com barba pontuda e tudo. A minha ideia mostrava-o distanciado
dos outros apóstolos. Sem amigos. Remoto. Ele era sem dúvida desonesto e
traiçoeiro. Provavelmente produto de um lar destruído. Um delinquente juvenil
na adolescência.
Interrogo-me, porém, se isso é mesmo
verdade. Não temos qualquer evidência (salvo o silêncio de Judas), sugerindo o
seu isolamento. Há pouca razão para crer que fosse desonesto. De facto, ele
cuidava da tesouraria. Ninguém poria um ladrão para tomar conta do dinheiro. Na
última ceia, quando Jesus disse que o seu traidor estava sentado à mesa, não
vemos os apóstolos voltarem-se imediatamente para Judas como o culpado lógico.
Penso que julgamos Judas erroneamente. Ele
talvez fosse o oposto disso tudo. Em lugar de astucioso e magro, quem sabe se
era robusto e jovial? Em vez de calado e introvertido, pode ser que tivesse
sido falante e bem-intencionado. Não sei.
Mas, apesar de tudo o que não sabemos
sobre Judas, de uma coisa temos a certeza: ele não tinha um relacionamento com
o Mestre.
Ele viu Jesus, mas não O conheceu. Ele
ouviu Jesus, mas não compreendeu. Tinha religião, mas não comunhão.
Ao rodear a mesa no cenáculo, Satanás
procurava um tipo especial de homem para trair o Senhor. Precisava de um homem
que tivesse visto Jesus, mas não O conhecesse. De alguém que soubesse dos actos
de Jesus, mas não atentasse para a Sua missão. Judas era esse homem. Ele
conhecia o império, mas jamais conheceu o Homem.
Aprendemos esta lição eterna do traidor:
As melhores armas de destruição de Satanás
não estão fora, mas dentro da igreja. Nenhuma igreja morrerá por causa da
imoralidade em Hollywood. Mas morrerá corroída por dentro, por aqueles que usam
o nome de Jesus, mas nunca O conheceram.
Judas usava o manto da religião, mas
jamais conheceu o coração de Cristo.
Façamos disso o nosso objectivo:
conhecê-Lo… profundamente.
Max Lucado
Nenhum comentário:
Postar um comentário