sábado, 18 de janeiro de 2014

GELO, NEVE E ANJOS


    Três rostos se viraram ansiosamente da janela para sua mãe que estava costurando ali perto, sentada em uma cadeira de balanço.
    - Oh! Mãezinha, o papai vai mesmo chegar esta noite? – perguntou Carla.
    Largando um pouco a agulha, a mamãe sorrindo disse:
    - Sim, Carla, o papai disse que estaria aqui hoje à noite.
    - Mas, mãe, as estradas estão horríveis, muito perigosas agora – disse Tadeu com uma voz assustada.
    E novamente os olhos voltaram a olhar pela janela. Duas horas antes tinha começado uma chuva gelada, o gelo estava pendurado nas árvores e arbustos, fazendo com que parecessem de prata. Agora estava caindo neve, cobrindo todo o chão. O gelo nas estradas foi rapidamente escondido e coberto pela camada de neve. A mamãe levantou de sua cadeira e juntou as crianças ao redor dela. Jaime, que tinha três anos, passou os braços ao redor da mãe e perguntou:
    - O papai está bem?
    Arrumando seus cabelos, a mamãe sorriu novamente e perguntou:
    - Crianças, vocês lembram quem está cuidando de nós todo o tempo?
    Todos os três mexeram a cabeça para cima e para baixo.
    - Jesus – disse Carla.
    - E quem manda para estar com cada um o tempo todo?
    - Nosso anjo da guarda! – disse Tadeu sorrindo.
    - Um anjo está cuidando do papai? Perguntou Jaime.
    - Sim, ele está ao lado do papai, Jaime – disse a mamãe. – Sabe de uma coisa, vamos todos ajoelhar e fazer uma oração especial pedindo que Jesus traga o papai logo, logo para casa e em segurança.
    Todos ajoelharam em cima do tapete no meio da sala quentinha e deram as mãos. Cada um orou – mamãe, depois Jaime, Carla e por último Tadeu.
    “Querido Jesus”, orou Tadeu, você sabe onde está o papai. Por favor, mande o anjo da guarda proteger o papai na estrada gelada e fazer com que ele chegue logo em casa. Obrigado. Amém”.
    Logo que levantaram da oração, de repente a sala ficou escura. O peso do gelo e neve tinha arrebentado o fio da linha elétrica em algum lugar. A mamãe foi acender uma vela e observou o relógio – eram 7:30 horas. Depois a mamãe acertou o seu relógio de pulso e sentou com as crianças no sofá.
    - Vamos cantar algumas canções de Natal! – disse Carla.
    - É isto mesmo, vamos cantar! – disse Tadeu.
    E começaram a cantar “Num Berço de Palhas”, “Sinos de Natal” (escolha outros hinos). Até mesmo o Jaiminho estava cantando, mesmo não conseguindo dizer muito bem as palavras por ser muito pequeno.
    Quando começaram a cantar “Noite Feliz”, eles ouviram o barulho de pneu ao lado da casa como se um carro tivesse entrado. Pulando em direção da janela, todos olharam para ver se era realmente o papai.
    Houve gritos de alegria quando o papai entrou na sala. Abraços e beijos foram trocados, e neste mesmo momento a luz voltou.
    Depois que o papai pendurou o seu casaco, ele veio sentar-se junto com sua família no sofá. Jaiminho sentou no seu colo e Carla e Tadeu sentaram em cada lado, bem pertinho.
    - Sabem, quase não pude chegar em casa esta noite. Não estava muito ruim logo que comecei a voltar. Estava começando a chover. Mas quando a estrada começou a ficar gelada, fiquei muito preocupado e com medo. Eu não tinha dinheiro suficiente para parar em nenhum lugar, e assim continuei a viagem. Eu vi carros caídos em buracos ao meu redor. Mas conservei meus olhos na estrada prestando atenção para não cair em buracos de gelo. – A esta altura o papai parou, abraçou Carla e Tadeu e deu um beijo na cabeça de Jaime.
    - Eu não podia dirigir depressa, acho que nunca dirigi tão devagar. Mas quando cheguei perto da ponte que atravessa (cite um nome), começou o problema. Eu estava ouvindo as notícias de como estava o tempo e as estradas. Eles tinham acabado de anunciar que eram 7:30 horas quando o carro começou a derrapar. Havia um forte vento atravessando a ponte, e a estrada era um espelho de gelo. Eu podia ver a água – preta e fria. O carro estava derrapando depressa e fora do meu controle. Eu estava esperando a batida contra a mureta e...
    O papai respirou fundo e deixou escapar um longo suspiro.
    -... Mas de repente o carro parou de deslizar e foi direto para frente. Eu não tive mais problemas no resto do caminho para casa.
    - Seu anjo da guarda! Exclamaram as três vozes juntas.
    - Você disse que isto aconteceu exatamente as 7:30 horas? – perguntou a mamãe.
    - Posso dizer que Jesus respondeu as orações de vocês. Vamos ajoelhar e agradecer pelo cuidado que Ele teve para comigo – disse o papai.

    O que você pode fazer quando está com medo?
    Por que vocês acham que acontecem experiências como a que acabamos de contar?


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