Três
rostos se viraram ansiosamente da janela para sua mãe que estava costurando ali
perto, sentada em uma cadeira de balanço.
- Oh!
Mãezinha, o papai vai mesmo chegar esta noite? – perguntou Carla.
Largando
um pouco a agulha, a mamãe sorrindo disse:
- Sim,
Carla, o papai disse que estaria aqui hoje à noite.
- Mas,
mãe, as estradas estão horríveis, muito perigosas agora – disse Tadeu com uma
voz assustada.
E
novamente os olhos voltaram a olhar pela janela. Duas horas antes tinha
começado uma chuva gelada, o gelo estava pendurado nas árvores e arbustos,
fazendo com que parecessem de prata. Agora estava caindo neve, cobrindo todo o
chão. O gelo nas estradas foi rapidamente escondido e coberto pela camada de
neve. A mamãe levantou de sua cadeira e juntou as crianças ao redor dela.
Jaime, que tinha três anos, passou os braços ao redor da mãe e perguntou:
- O papai
está bem?
Arrumando
seus cabelos, a mamãe sorriu novamente e perguntou:
-
Crianças, vocês lembram quem está cuidando de nós todo o tempo?
Todos os
três mexeram a cabeça para cima e para baixo.
- Jesus –
disse Carla.
- E quem
manda para estar com cada um o tempo todo?
- Nosso
anjo da guarda! – disse Tadeu sorrindo.
- Um anjo
está cuidando do papai? Perguntou Jaime.
- Sim, ele
está ao lado do papai, Jaime – disse a mamãe. – Sabe de uma coisa, vamos todos
ajoelhar e fazer uma oração especial pedindo que Jesus traga o papai logo, logo
para casa e em segurança.
Todos
ajoelharam em cima do tapete no meio da sala quentinha e deram as mãos. Cada um
orou – mamãe, depois Jaime, Carla e por último Tadeu.
“Querido
Jesus”, orou Tadeu, você sabe onde está o papai. Por favor, mande o anjo da
guarda proteger o papai na estrada gelada e fazer com que ele chegue logo em
casa. Obrigado. Amém”.
Logo que
levantaram da oração, de repente a sala ficou escura. O peso do gelo e neve
tinha arrebentado o fio da linha elétrica em algum lugar. A mamãe foi acender
uma vela e observou o relógio – eram 7:30 horas. Depois a mamãe acertou o seu
relógio de pulso e sentou com as crianças no sofá.
- Vamos cantar
algumas canções de Natal! – disse Carla.
- É isto
mesmo, vamos cantar! – disse Tadeu.
E
começaram a cantar “Num Berço de Palhas”, “Sinos de Natal” (escolha outros
hinos). Até mesmo o Jaiminho estava cantando, mesmo não conseguindo dizer muito
bem as palavras por ser muito pequeno.
Quando
começaram a cantar “Noite Feliz”, eles ouviram o barulho de pneu ao lado da
casa como se um carro tivesse entrado. Pulando em direção da janela, todos
olharam para ver se era realmente o papai.
Houve gritos
de alegria quando o papai entrou na sala. Abraços e beijos foram trocados, e
neste mesmo momento a luz voltou.
Depois que
o papai pendurou o seu casaco, ele veio sentar-se junto com sua família no
sofá. Jaiminho sentou no seu colo e Carla e Tadeu sentaram em cada lado, bem
pertinho.
- Sabem,
quase não pude chegar em casa esta noite. Não estava muito ruim logo que
comecei a voltar. Estava começando a chover. Mas quando a estrada começou a
ficar gelada, fiquei muito preocupado e com medo. Eu não tinha dinheiro
suficiente para parar em nenhum lugar, e assim continuei a viagem. Eu vi carros
caídos em buracos ao meu redor. Mas conservei meus olhos na estrada prestando
atenção para não cair em buracos de gelo. – A esta altura o papai parou, abraçou
Carla e Tadeu e deu um beijo na cabeça de Jaime.
- Eu não
podia dirigir depressa, acho que nunca dirigi tão devagar. Mas quando cheguei
perto da ponte que atravessa (cite um nome), começou o problema. Eu estava
ouvindo as notícias de como estava o tempo e as estradas. Eles tinham acabado
de anunciar que eram 7:30 horas quando o carro começou a derrapar. Havia um
forte vento atravessando a ponte, e a estrada era um espelho de gelo. Eu podia
ver a água – preta e fria. O carro estava derrapando depressa e fora do meu
controle. Eu estava esperando a batida contra a mureta e...
O papai
respirou fundo e deixou escapar um longo suspiro.
-... Mas
de repente o carro parou de deslizar e foi direto para frente. Eu não tive mais
problemas no resto do caminho para casa.
- Seu anjo
da guarda! Exclamaram as três vozes juntas.
- Você
disse que isto aconteceu exatamente as 7:30 horas? – perguntou a mamãe.
- Posso
dizer que Jesus respondeu as orações de vocês. Vamos ajoelhar e agradecer pelo
cuidado que Ele teve para comigo – disse o papai.
O que você
pode fazer quando está com medo?
Por que
vocês acham que acontecem experiências como a que acabamos de contar?
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