Este documento denominado de "Almanaque de
Brincadeiras" faz parte de um projeto de Resgate de Brincadeiras
Folclóricas baseado na sua importância para o desenvolvimento físico e
psicológico das crianças.
Brincar tem uma importância absurda nos processos de
desenvolvimento humano. As brincadeiras de infância são o reflexo dos desafios
da vida adulta. E é necessário que as Instituições de ensino e Organizações que
lidam com crianças e adolescentes tenham essa consciência e invistam pesado em
brincadeiras, dinâmicas, gincanas e atividades recreativas e lúdicas.
Os benefícios da brincadeira, sobretudo na vida da criança, são
gigantescos e, em sua maioria, desconhecidos pela sociedade. É de conhecimento
de poucos que a brincadeira é o exercício físico mais completo de todos e é
através dela que agregamos valores e virtudes à nossa vida. E essa falta de
valorização do brincar, contribuiu para a realidade que vivemos hoje: as
brincadeiras estão entrando em extinção. As Instituições de Ensino estão
deixando de lado as aulas de Educação Física Escolar, os pais estão proibindo
seus filhos de brincar e o Governo não faz nada para que esse quadro se
reverta. Resultado: Hoje em dia, um número enorme de crianças estão perdendo a
infância na frente de computadores e vídeo-games.
Em meio a esta realidade revoltante, decidi criar esse Almanaque
de Brincadeiras, pois tenho consciência dos benefícios da brincadeira à saúde
física e ao desenvolvimento mental da criança. Foi feita uma intensa pesquisa
em toda a Internet cujo resultado foi uma seleção perfeita das melhores
brincadeiras existentes.
Brincar é um momento sagrado. É através das brincadeiras que as
crianças ampliam os conhecimentos sobre si, sobre o mundo e sobre tudo que está
ao seu redor. Elas manipulam e exploram os objetos, comunicam-se com outras
crianças e adultos, desenvolvem suas múltiplas linguagens, organizam seus
pensamentos, descobrem regras, tomam decisões, compreendem limites e
desenvolvem a socialização e a integração com o grupo. E todo esse aprendizado
prepara as crianças para o futuro, onde terão de enfrentar desafios semelhantes
às brincadeiras.
O adulto, ao se permitir brincar com as crianças, sem
envergonhar-se disto, poderá ampliar, estruturar, modificar e incrementar as
experiências das crianças. Ao participar junto com as crianças das
brincadeiras, ambos aprendem através da interação, constroem significados
apropriando-se dos diversos bens culturais e se construindo ao mesmo tempo, entre
lembranças de adultos que brincavam quando crianças ou não, entre novas
brincadeiras relembradas, aprendidas ou inventadas, exibindo que, mais do que
coisa de criança, elas são de todos aqueles que ousaram tornar-se criança
também.
Existe um rico e vasto mundo de cultura infantil repleto de
movimentos, de jogos, da fantasia, quase sempre ignorados pelas instituições de
ensino. É uma pena que esse enorme conhecimento não seja aproveitado como
conteúdo escolar. Nem a Educação Física, enquanto disciplina do currículo, que
deveria ser especialista em atividades lúdicas e em cultura infantil, leva isso
em conta.
As instituições de ensino precisam levar em consideração essa
gigantesca importância e aplicar brincadeiras e dinâmicas no currículo das
crianças e dos adolescentes, desde o pré-escolar até o ensino médio. A
Declaração Universal dos Direitos da Criança, no artigo 7º, ao lado do direito
à educação, enfatiza o direito ao brincar: “Toda criança terá direito a brincar
e a divertir-se, cabendo à sociedade e às autoridades públicas garantir a ela o
exercício pleno desse direito”.
A tradição das brincadeiras tem ultrapassado gerações e
gerações, espalhando-se por diferentes culturas e países. Sem sobra de dúvidas
é necessária uma verdadeira cruzada em favor de um resgate dos jogos da cultura
popular, pois eles estão em extinção.
Na escola, esse resgate pode ser feito de duas formas: nas aulas
de educação física, que precisam urgentemente desse conteúdo; e em gincanas
recreativas, que deveriam ser muito mais freqüentes nas escolas de hoje. Uma
idéia excelente é criar "Sextas-Feiras Recreativas". Esse projeto
consiste em desenvolver gincanas todas as sextas-feiras, após duas ou três
aulas, para incentivar a presença dos alunos. Também seria ótimo que o professor
entregasse manuais com 10 ou 20 brincadeiras para cada aluno, para que eles
possam brincar com os amigos, além de ensinar aos alunos a fabricarem seus
próprios brinquedos, nas aulas de Artes. As Igrejas, Organizações e
Instituições que desenvolvem atividades com crianças também podem fazer a sua
parte, assim como os pais também podem contribuir para que seus filhos tenha
uma infância mais feliz.
Neste manual você terá à sua disposição e à disposição da
Instituição que você defende, 500 brincadeiras, dinâmicas e atividades lúdicas
que podem ser praticadas por todas as idades, desde que sejam adaptadas ao
espaço e ao limite de cada um. Todas essas brincadeiras poderão se transformar
em tarefas de gincana e em brincadeiras aquáticas. As brincadeiras são primárias,
portanto, seria interessante que o educador (ou recreador) crie novas
brincadeiras tendo estas como base e modificando as regras dependendo do
objetivo (cultural, religioso, recreativo...). E se você ainda duvida da
relação que estas brincadeiras têm com os desafios da vida adulta, escolha
algumas para ler e analisar as regras. Duvido que você não extraia, pelo menos,
três lições de vida de cada uma.
Bem, espero que as brincadeiras sejam úteis e conto com a ajuda
da sua instituição para dar uma infância mais feliz às nossas crianças. E
também não podemos esquecer do quão importante é que os adolescentes e adultos
também brinquem, afinal, todos nós temos uma criança dentro da gente e não
podemos esquecer que Brincar é o exercício mais completo de todos. Portanto,
fica registrado o apelo: Vamos Brincar!
A utilização, reprodução, exploração e divulgação desse manual
está perfeitamente autorizada sob todas as formas possíveis, desde que o nome
do criador seja citado.
Eliseu de Oliveira Cunha
brincadeirasderua.zip.net
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