domingo, 26 de janeiro de 2014

O BARCO QUEBRADO




    Quem não ficaria orgulhoso do lindo modelo de veleiro que Jaime tinha feito?
Ele o havia colocado sobre a toalha da lareira para que todos os que entrassem na sala pudessem ver.
    Um dia seus tios e seu primo favorito, chamado Marcos, vieram fazer uma visita. Jaime franziu o rosto quanto notou que Marcos se levantou na ponta dos pés e pegou o lindo veleiro que estava sobre a lareira. Mas Jaime não disse nada, porque gostava muito de Marcos.
    “Jaime trabalhou, fazendo este veleiro, por mais de três semanas”, disse o papai, colocando orgulhosamente as mãos sobre os ombros de Jaime.
    “Olhe! Cuidado!” Disse a mãe de Jaime, quando Marcos tropeçou na ponta do tapete. Mas era muito tarde, e Marcos caiu! O belo modelo de veleiro voou de suas mãos e se espatifou no chão.
    Jaime apertou os lábios, enquanto a passos largos atravessou a sala para juntar seu barco. O mastro principal tinha sido arrancado, e o mastro menor estava quebrado. Seu modelo de barco tão lindo estava completamente arruinado!
    Marcos olhou para Jaime, seu rosto estava pálido, e havia lágrimas em seus olhos castanhos. “Eu... eu... sinto muito!” Seus lábios tremiam e então começou a chorar.
    Jaime sentiu muita vontade de xingar e brigar com ele, mas por um minuto não disse nada – somente olhou para o barco quebrado que estava em suas mãos. Marcos não tinha nada de ter pegado o barco de cima da lareira. O barco não pertencia a ele. Agora as três semanas gastas para construir o barco estavam perdidas. Mas Jaime somente sorriu e disse: “Foi um acidente, Marcos”, e se abaixou para ajudar o pequeno menino a se levantar, “e, além disso, eu posso consertar o veleiro. Ele ficará tão bom quanto se fosse novo. Por favor, pare de chorar”.
    Marcos mal podia enxergar através de suas lágrimas. “Nam...nam...não, você não vai poder consertá-lo”, disse duvidando.
    “Sim, eu tenho certeza que poderei consertar”.
    “Ma... ma..., mas o veleiro está todo quebrado”, disse Marcos, tentando enxugar as lágrimas.
    “Ele ficará tão perfeito, como se fosse novo, depois que eu construir um novo mastro”, disse Jaime.
    “Sentimos muito pelo que aconteceu, Jaime”, disse seu tio, enquanto procurava sua carteira. E tirando algum dinheiro disse: “Isto é para você. Quero que você construa um novo modelo”.
    Jaime sorriu para seu tio. “Muito obrigado, tio, mas eu já tenho outro modelo para construir. Papai trouxe um para casa ontem. De qualquer maneira, muito obrigado por seu oferecimento. Mas não foi causado dano ao barco que não possa ser consertado”.
    Quando Marcos e seus pais finalmente se despediram, Jaime estava na porta com a sua mãe e seu pai e acenou para eles quando o carro passou na rua.
    “Sabem de uma coisa! Já descobri o que posso dar a Marcos em seu aniversário, no próximo mês”, disse Jaime enquanto entravam em casa. “Ele gosta de veleiros, e assim vou consertar este que está quebrado e dar a ele de presente”.
    A mamãe e o papai sorriram. “Estamos orgulhosos pela maneira que você se comportou quando Marcos derrubou o seu barco”, disse seu pai, mexendo no cabelo negro de seu filho.
    “Com certeza estamos orgulhosos”, concordou a mamãe, “e acho que o seu amigo mais querido também está muito orgulhoso de você”.
    Jaime sorriu para seus pais. Ele estava lembrando o quanto seu querido Amigo Jesus o amava. Lembrou como Jesus o tinha ajudado a gostar de Marcos, mesmo quando este tinha quebrado seu lindo veleiro. Estava muito contente por não ter xingado e nem ter dito palavras feias para Marcos. “Amizade e amor valem muito mais do que um veleiro” pensou, dizendo para si mesmo.

    “Veleiros podem ser consertados mais facilmente do que amizades rompidas”.

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